monza

Monza

Como isto tem muito que contar vou dividir a coisa em "capitulos"

O CIRCUITO

O primeiro espanto é a localização. Nós chegámos lá guiados pelo GPS e como normalmente os circuitos ficam longe de tudo, a um certo momento começámos a duvidar dos dados que tinhamos entrado, porque já estavaamos a menos de 1 km da chegada e ainda estavamos em plena cidade. A 600m ele diz-nos para virar á direita, que não era mais do que uma rua indicada como sem saida. Obedecemos á voz feminina, e virámos para ver em que caldo a treta nos tinha metido. Fizémos os tais 600 metros e a voz anuncia-nos "vous êtes arrivés". Era verdade! ali em frente a nós, no meio das arvores, lá estavam um grupo de velhotes (antigos comissarios?) a vender bilhetes e a dirigir o transito.
O preço dos bilhetes era bastante barato, 20 euros para os dois dias e davam acesso libre a todas as tribunas e ao padock, os putos tinham entrada libre. Em comparação na Winter cup, pagámos 26 euros e era preciso pagar mais 20 por dia para ir ao padock.
Uma particularidade interessnte do circuito, é que todo o publico se encontra no interior do traçado o que permete a deslocação a todas as bancadas, tendo uma infrastrutura de tuneis que passam sob a pista para mudar do interior para o exterior e vice-versa.
Outra é que as casas estão em todo o perimetro do circuito, coisa que me parece impossivel fora da Italia. Aquilo até dá impressão que quem não gosta de corridas de automoveis não é bom chefe de familia. lol
A unica nota negativa foram as roulotes das "salcichas" onde os preços eram muito altos e o serviço "á Italiana" (Trabalhar dá um trabalho do caraças) em contrapartida no bar do circuito os preços eram normais e o serviço nas normas.

WSR

Este fim de semana era um fim de semana especial, pois o programa era muito cheio e por exemplo, na primeira corrida não fizeram a paragem obrigatoria para mudar pelo menos dois pneus, como manda o regulamento, tendo as duas corridas sido feitas com 44 minutos mais uma volta, o que dava mais ou menos 23 voltas.
Todas as equipas das WSR estavam no mesmo local e a primeira impressão é que não há diferenças visiveis ao nivel de equipamento logistico. O tamanho da tenda é identico, lugar para dois carros, um ou dois moveis com as ferramentas e uma parte traseira fechada que faz oficio de sala de reuniões e onde os dados são analizados. Bastante simples. A diferença está no numero de mecanicos que cada equipa atribui a cada piloto, sendo nesse caso a equipa Euskadi Red Bull, a do Filipe, que parecia estar melhor equipada.
Na conversa que tive com o Julien Jousse, colega do Alvaro, ele confirmou-me que os carros eram absolutamente identicos e que os controles eram muito severos, sendo feitos antes e depois das corridas. A diferença entre os teams feita pela qualidade dos pilotos e dos engenheiros.
Isto deixa entender que uma equipa que ganhe num ano pode andar em ultimo no seguinte se por exemplo os engenheiros mudarem de equipa, diz-me que engenheiro tens, dirte-ei em que lugar vais andar.
Só conseguimos encontrar o Alvaro depois da primeira corrida. De manhã tinhamos passado mas só lá estava o Jousse. O primeiro contacto foi excelente e até deu a impressão que estava a falar com alguem que já conhecia há anos.
Falámos um pouco de tudo e quando partimos senti um verdadeiro sentimento de revolta.
Como é que um piloto que me há momentos atrás me tinha mostrado na pista, todas as qualidades que eu aprecio num piloto, que tinha acabado de subir ao podium ao fim de uma corrida feita de luta e de empenhamento, fazendo subir a bandeira Portuguesa bem alto, podia estar ali abandonado pelos seus??
É MUITO COMPLICADO - Estas suas palavras ditas com o seu sorriso cativante, resumem bem a situação.
"Estou aqui sem um patrocinio, olha o meu fato" e lá estava o seu fato "virgem", apenas os "obrigatorios" para decoração. "Se a equipa não me tivesse oferecido o lugar...."
Aqui um grande sentimento de tristeza e de impotencia invadiu-me. Talvez ainda maior que o que senti quando antes nas bancadas, tinha dado com o Jonas a chorar e quando lhe perguntei a razão, ele me disse que tinha medo de não conseguir chegar ali. Como a palavra "complicado" de um momento para outro, ganha todo o seu sentido.
Era claro que o melhor era mudar de conversa e falar da corrida que tinhamos vivido há momentos, das ultrapassagens, das travagens aflitas (estavamos na primeira variante a seguir á recta de partida) e é claro como ele disse "podia ter ganho" e podia, porque o Aleshin estava a seu alcance só que em Monza só se ultrapassa onde a gente estava e para isso é preciso sair bem da parabolica, aproveitar bem a aspiração e travar muito tarde, só que o Alvaro só teve duas tentativas ao seu dispor e o Aleshin nas duas travou no interior protengendo bem o seu lugar. De qualquer maneira foi um segundo lugar com sabor a primeiro e sobretudo o Alvaro mostrou na pista que o patrão era ele.
Voltámos a nos encontrar na pré-grelha para a segunda corrida, mas aí o piloto já está no seu mundo e como tal a sua concentração deve ser respeitada, de maneira que palavras só o minimo.
O tempo não deu para mais, mas com algumas pessoas não é preciso muito tempo, para nos apercebermos que estamos em face de alguem que é muito grande na Alma e que se o paraiso existe tem um lugar reservado. Pour mim só lhe posso oferecer a minha amizade, e a garantia que farei tudo para que ele consiga obter o apoio que merece.
Na pré-grelha acabámos tambem por encontrar o Filipe, que tambem foi muito amavel, assim como um dos seus mecanicos espanhol, que foi a um saco buscar um marcador para ele poder assinar o seu autografo nas "casquetes". (ainda dizem mal dos conõs lol)
No dia anterior tinha falado com um dos seus mecanicos que me disse que o Filipe era um piloto exceptional. Nas duas corridas o Filipe mostrou-se um piloto muito certinho, sem cometer erros e com muito potencial para evoluir durante a época. Um piloto a seguir de muito perto sem duvida.
Em relação ao s outros pilotos da categoria, marcaram-me três. O Aleshin, que se mostrou como um piloto muito rapido e grande atacante.
O Jousse (colega do Alvaro) que é extremamente rapido. (no sabado fez a melhor volta com 7 decimos de avanço) mas comete muitos erros. Se ele conseguir apagar os erros, certamente que será um cliente.
E o Vettel que dá-me a impressão que depois de ter entrado para a BMW perdeu a "estrelinha" e agora não anda nepia.
Por agora é tudo, mais tarde virei completar isto com as outras categorias.

O LOEB tambem gosta de karting

Ontem, segunda feira, aproveitámos o feriado para treinar na pista de Levier.
Como era feriado, estavam bastantes pilotos a treinar.
O Jonas ao entrar de um run, diz-nos que o Loeb estava sentado na esplanada.
Fomos á esplanada confirmar e de facto lá estava um piloto com o fato vermelho da Citroen, com oculos escuros, em companhia de um outro piloto com o fato da Pescarolo "Playstation". Era de facto o Loeb, mas se o Jonas não nos tivesse dito, não o tinhamos reconhecido (ainda estou para saber como é que ele o reconheceu da pista. LOL) Pois ao vivo ele não muito parecido com as fotografias hehehe.
É claro que a curiosidade, era saber como ele se desenrascava num karting.
O que é verdade é que o Senhor Loeb, se "desenrasca" muito bem na coisa.
Ele estava a andar com um chassi Birel, com um motor KZ (ICC 125 velocidades) que é um tipo de karting que exige muita experiencia para se poder tirar a quinta essencia.
Um piloto de ralis normalmente tem dificuldade a adaptar-se á condução de um kart. Tive oportunidade de ver o Olivier Burri, 4 vezes campeão suiço da especialidade numa prova da Bridge com um kart da mesma categoria, e depois de andar sabado e domingo, no domingo continuava a levar uma volta de varios concurrentes, nunca tendo atinado com a coisa.
O Loeb que cronometrei 3 voltas, andava num excelente ritmo, e os 3 tempos foram os 3 no mesmo decimo, o que mostra que não é por acaso que ele é um piloto que é competitivo em qualquer terreno e em qualquer tipo de maquina.
E claro que aproveitamos para o felicitar do seu ultimo resultado no nosso rali e fazer uma fotografia dele com o Jonas, coisa que ele aceitou, prontamente, embora deixando transparecer o seu carater reservado.




O Jonas continuou os seus treinos, gastando até ao fim os pneus que tinhamos montado em Chateau Gaillard. Ficámos a saber que a vida desses pneus (VEGA verdes (duros) ) têm uma duração maxima de cerca de 150 voltas, pois tinhamos feito 74 voltas em Chateau e aqui fizémos 78, o que quer dizer que podemos fazer um domingo de corridas e utilizá-los para os treinos seguintes embora com menos perfomances.
O maior problema actualmente é a falta de comparação directa, pois praticamente todos os "junior" andam com motores KF3 ou com os antigos juniors, deixando de se ver os motores do tipo que o Jonas utilisa (X-30 Rotax etc.).
Ao nivel de tempos, o Jonas conseguiu andar no mesmo ritmo de um piloto presente (segundo na primeira prova da Bridge este ano) e que anadava em KF3, fazendo mesmo o seu melhor tempo 3 decimos mais rapido que o melhor tempo que controlei desse piloto, mas as comparações feitas com material diferente (pneus e motor) são sempre aleatorias e só podem ser feitas em situação de corrida quando todos os pilotos têm o mesmo material.
O nosso desejo actual é conseguir um motor KF3, mas 3000 euros num motor que talvez dentro de 6 meses irá estar completamente desatualisado é um risco que não queremos correr. As novas homôlugações para 2008 vão já ser feitas dentro de dois meses e certamente que esses motores serão muito mais perfomantes que os actuais, de maneira que, na nossa situação o melhor é esperar para ver.